Personagem Redondo ou Plano

A Literatura está presente em muitos momentos da nossa vida. Esses dias pensando sobre isso lembrei de dois tipos de personagem dentro da Literatura: Personagem Redondo, também conhecido como denso e Personagem Plano, também conhecido como Linear.

  • O personagem redondo é aquele que tem alterações durante a trama. Tem mudanças de comportamento, conflitos emocionais. Pode começar bom e terminar ruim ou o contrário. De qualquer forma, é aquele personagem que cresce de alguma forma dentro da fama. Se formos analisar, geralmente o personagem redondo sempre é um personagem principal.
  • O personagem plano, ao contrário do redondo, é aquele que sempre se mantem na mesma linhagem. Não tem alterações emocionais e geralmente é  que dá suporte ao personagem plano.

Quem é você na história da sua vida?

Estava pensando em como conduzimos a nossa vida e que tipo de personagem somos no decorrer das coisas. Acho que é extramente aceitável que em determinados momentos tenhamos sido os planos e em outras o redondo. Pode ser num momento mais frágil no trabalho ou no relacionamento, por exemplo. Mesmo assim, sempre tem o momento do start em que nós decidimos tomar as rédeas e tomar conta da situação.

Aceitar que somos fracos, somos fortes, sorrimos, choramos, sentimos fracassos e sucesso pode fazer da gente perfeitos personagens redondos,

Falei um pouco mais no vídeo abaixo, espero que você acompanhe:

Frozen: Analogias Separação Conjugal

Eu já me separei uma vez. Eu pensava que não havia sido algo traumático, mas só depois que os anos passam você percebe o quão traumático pode ter sido algo para você. São muitos conflitos e muitos julgamentos. Eu acho que lidar com julgamentos dói mais que propriamente administrar os sentimentos dentro da gente.

A começar pelos nossos próprios julgamentos. A gente se julga muito. Se cobra muito. Se culpa muito pela nossa dor e pela dor de terceiros. O julgamento dos outros, apesar de não pesar tanto por sabermos quem realmente somos, mistura-se num emaranhado de palavras que você gostaria que nunca chegassem até você. Mas chegam!

Costumo dizer que passa. Se tem algo de bom nesta história toda é que PASSA. E às vezes tudo vira uma lembrança tão distante como aquelas cenas que tínhamos quando éramos crianças: era bom, mas ainda éramos imaturos. Tínhamos a leveza e a ingenuidade de uma criança que não sabia o que estava por vir.

Uma amiga muito próxima passa por um momento de separação.  De início fiquei chateada por saber ainda todos os processos que ela há de passar. Fico de longe observando, opino pouco, apoio muito. Não quero desviar o rumo das coisas com meus conselhos que podem não ser os melhores.

Acho bonito a forma como encara a separação. A doce fragilidade tem se transformado numa força descomunal, mesmo já percebendo que vai se lascar no final do mês. Mesmo fazendo algumas contas e perceber que por meses, quiçá anos, vai se equilibrar na corda bamba do saldo negativo.

A menina moça se transforma numa mulher, que lida com as especulações de forma sábia: pensam que pode ter outro homem, pensam que possa ter sido traída, pensam que possa não ter sido uma boa esposa ou pensam que possa não ter tido um bom marido. Mas essas coisas, apenas pensam. Quem é que sabe o que acontece dentro da própria casa quando a porta se fecha? Apenas quem está lá dentro.

Numa conversa com esta amiga ela fala de Frozen, o filme. Mais especificamente o momento em que Elsa canta a música “Let it Go”, ou na versão brasileira “Livre Estou”, em que ela se liberta de suas amarras, angústias, culpas e decide viver ao modo dela, num local criado por ela e cheio de gelo.

Eu nunca havia visto o filme então decidi experimentar: Elsa não tem príncipe, é sensata, parece de uma maturidade incrível. Mas por algum lapso de comportamento não sabe lidar com tamanho poder que acaba sendo um defeito; fazer as coisas que toca virar gelo.

Demora um tanto até que ela descubra o equilíbrio entre suas emoções e seu super poder, entre a culpa e a liberdade e acho que é aí que encontramos um ponto importante da história e exatamente onde esta amiga se identifica. Assumir sentimentos (ou a falta deles), enfrentar a sociedade e pessoas que te amam, pra poder , enfim, permitir-se o amor próprio.

Eu peço que assistam de novo este filme com um novo olhar e assistam meu vídeo que falo um pouco mais sobre isso. Obrigada!

 

 

Filmes Netfix – 53 títulos

Netflix_Logo_DigitalVideo_0701Oi, amigos! Tudo bem?

Dia desses pedi que meus amigos do face dessem dicas de quais filmes assistir no Netflix. Dizem que todos os filmes do Netflix são péssimos. Eu não acho. Ou não conheço filme realmente bom, mas o que importa é que o Netflix salva a vida de todo mundo naqueles dias em que estamos no tédio, ou queremos apenas ficar assistindo umas histórinhas, não é mesmo?

Como tive muitas dicas, resolvi anotar pra assistir com o tempo e, por que não, dividí-los com vocês e quem mais se achegar pelas buscas incessantes do google. Não comentei um por um por dois motivos: muitos deles eu não assisti e também porque este não é o meu objetivo. Acho melhor escolher por um tema que te chame a atenção e ler a sinopse no NetFlix mesmo. Beijos! Continuar lendo

Submeter-se

submissãoApesar de saber o significado da palavra submeter, fui procurar no dicionário os sinônimos da submissão antes de começar a escrever este texto. Bem, o que eu encontrei foi o seguinte: “Estar sujeito a depender.”, “Sujeitar-se a cumprir” e ainda  “abaixar, resignar, obedecer, aceitar, expor, cair, entregar, torcer, sucumbir, incorrer, render, selar, ater.”

Dia desses encontrei com um amigo, como fazemos esporadicamente, para conversar, trocar ideias e tal. Papo vai e papo vem ele me pergunta: “Ana, você não está mais namorando?”. Eu disse: “Não!”. Papo vai e papo vem, adentramos neste assunto de relacionamento. “Ana, deve ter muitos caras que se interessam por você, não tem?”. Eu disse: “Tem!”. Ele continuou: “Impossível que nenhum desses caras sejam bons o suficiente para você.”.  Eu não lembro o que eu respondi, mas devo ter ficado pensativa, porque não esqueci a nossa conversa.

Contei que um cara tinha me chamando para jantar, mas que eu tinha achado a forma dele conduzir o convite meio grosseira. Ele me disse: “Se eu fosse você eu aceitaria, pra começar a aprender a se submeter. Este negócio de empoderamento está te atrapalhando.”

Voltei pra casa pensando no que ele sugeriu a mim e decidi: “Vou fazer o teste. Quem sabe posso estar enganada.” Era apenas um jantar e eu tinha sido arisca com o cara e ele reagiu meio grosseiramente.

Foi um encontro meio sem sal e, embora o cara tenha sido muito gentil e cavalheiro, não rolou nenhum tipo de afeto, a não ser um bom papo e algumas risadas. Bom, eu tentei! Poderia ter  sido legal, mas aprendi a confiar na intuição e na simpatia a primeira vista. Se já é difícil se relacionar com quem você sente alguma coisa, imagina se relacionar com quem você sente pouca coisa ou nada. Não dá, né? Mas tem gente que faz, se SUBMETE.

Um amigo da minha irmã, quando soube que eu tinha ficado solteira disse: “Sua irmã não está muito exigente, não?”.

Olha, meu povo, vou escrever uma coisa que eu penso e não faço questão nenhuma que todos concordem;

  • Não aceitar uma coisa “marromeno”, uma coisa morna, não é ser exigente;
  • Não aceitar uma pessoa que não te abraça, que não sonha os teus sonhos, não é ser exigente;
  • Não aceitar pressão psicológica todos os dias da sua vida não é ser exigente;
  • Não aceitar um relacionamento que te deixa mais pra baixo que pra cima não é ser exigente;
  • Não aceitar alguém que te menospreza, não te procura e faz pouco de você não é ser exigente;
  • Não aceitar alguém que você não confia 100% não é ser exigente.
  • Ou ainda, (isto que vou escrever é tão forte que até tenho vergonha), não aceitar alguém que te machuque, te bata, ou algo do gênero não é ser exigente.

Não é legal deixar que uma pessoa decida como será o teu futuro, caso ela não tenha as mesmas propostas de vida que você. Caso contrário, o fardo vai ficar cada vez mais pesado pra alguém e é bem provável que este alguém seja você.

Não continue em um relacionamento que você sabe que será frustração no futuro. Você não precisa aguentar. Onde é que que está escrito que precisamos aguentar alguma coisa deste tipo?

E, voltando ao submeter: Já nos submetemos a coisas demais desde que nascemos. Educação, trabalho, contas, impostos. Nem sempre fazemos o que queremos ou amamos, mas temos que fazer, caso contrário não estaremos dentro de um contexto de ética e moral social. Então porque se submeter a mais uma coisa que deve ser tão importante na vida da gente?

Lembrando que antes de um relacionamento acabar,  talvez as duas partes tenham se submetido a muitas coisas. Não sabemos da história de cada um. Cada casal com sua particularidade. Mas, de qualquer forma, tem gente que se submete uma vida inteira e tem gente que não. Talvez  neste quesito, eu seja a parte do “gente que não!”. Apenas. Nada mais que isso. Não preciso me submeter, caso algo esteja causando uma situação insuportável pra mim.

Apenas para finalizar, eu espero sinceramente, que você também faça parte do “gente que não”, porque a vida aqui na Terra é um sopro e você sabe se vale a pena ou não certas submissões. Boa sorte pra você!

Bjo.

 

 

 

 

Amor nunca se perde, se tranforma

amor

Dia desses recebi uma notícia de uma amiga. Ela havia visto nas redes sociais que a mãe de uma pessoa que namorei havia falecido. O que veio a minha mente imediatamente foi: “Como será que ele está?”. Hesitei em mandar uma mensagem e perguntar, não gostaria que soasse como uma recaída ou algo assim, mas é evidente que precisei saber como ele estava e conversamos um pouco. Demonstrar meu carinho e meus sentimentos foi importante de alguma forma.

Tempos depois, esta mesma pessoa sofreu um acidente automobilístico. Soube que estava internado. Quando recebemos uma notícia deste tipo, o coração de quem gosta, fica meio desesperado, sim. Como você pode supor, mandei uma mensagem para saber como estava e conversamos um pouco.

Escrevi esses primeiros parágrafos pra mostrar que a gente tem esta necessidade, de estar de alguma forma presente na vida daquelas pessoas que despertaram em algum momento o amor em nós. Sendo o amor o sentimento mais bonito que o ser humano pode ter, fico feliz quando isso acontece.

Eu tenho uma teoria, (que na verdade é uma verdade), permeando aquela que no Universo nada se perde, tudo se transforma. Com o amor é a mesma coisa: uma vez que você amou alguém, este sentimento nunca vai acabar, ele sempre vai se transformar. E com o passar dos anos, ele passa por diversas e sérias transformações. Em princípio pode ser ódio, raiva, ressentimento, mágoa, seja lá o que for. Vai depender muito de como você vai conduzir tudo isso, de como você estará “preparando seu terreno” para onde você vai canalizar toda esta energia dentro de você. Mas eu creio que uma das últimas etapas do amor, se ele tiver sido de verdade, é o respeito e a gratidão. Ser grato por quem passou pela sua vida é a melhor expressão de amor que alguém pode ter.

Não importa o quão dolorido foi ou o quanto aquilo impactou em sua vida. Pode ser que tenha sido uma reabilitação duradoura, um tanto conflituosa, mas olha: você amou! E não tente esquecer alguém por isso. Se foi bonito por um tempo, porque não deixar isso bonito pra sempre? Quando você reconhece seu amor, mesmo que transformado, fica mais fácil de seguir em frente. Isso é ser livre! Siga em frente e permita que o outro também siga. Esta é a forma mais sublime de amar.

Amores Líquidos

Dois mil e dezessete tratou de arrastar logo de cara Zygmunt Bauman. Eu sei que ele era bem senhorzinho, mas mesmo assim eu fiquei triste. Sempre que alguém que é muito referência vai embora é como se todo seu legado tivesse virado uma lenda. Sendo assim eu fiquei triste mesmo porque uma cabeça que pensa bem deveria viver pra sempre.

Lembro o motivo e como eu descobri a existência de Bauman, enquanto eu procurava na internet alguma coisa sobre os relacionamentos modernos; Amores Líquidos era o nome do livro que então chamou tanto a minha atenção. Pra quem quiser e não achar sacanagem baixar, tem este livro em pdf na internet. Mas é sempre bom lembrar que um livro lindo nas mãos faz toda a diferença.

Daí eu começo a ler seu texto tão gostoso, fácil e verdadeiro que nem parece que um senhorzinho sociólogo que estava escrevendo e filosofando sobre a liquidez dos nossos dias, nossa forma de viver, de se relacionar, de jogar fora e substituir. O acesso às pessoas está ficando cada vez mais fácil e o “desacesso” também está. Sabe porquê? Porque a gente acessa outra  pessoa na sequência ou acessamos várias ao mesmo tempo, sendo que não vai ter problema se perdermos contato com uma delas. A pessoa que você curte na internet, ( no sentido de apertar o botão curtir mesmo), te curte também. Daí, (olha a paranoia), dá uma vontade louca de curtir a curtida da pessoa, obviamente se existisse esta opção (quem sabe no futuro).

Facebook, Facetime, whatsapp, vídeos, fotos, tudo facilitando os relacionamentos speeds. É tão fácil chegar até alguém, mesmo sem nunca ter olhado nos olhos. As pessoas se interessam umas pelas outras pela foto de perfil; analisam seus conteúdos pelas curtidas que dão, por onde navegam, quem são seus amigos nas redes sociais e as frases de efeito que postam. E não tem nada real, na verdade. E nem tem nada de errado, na verdade. Tem apenas pontos de vistas e satisfações pessoais.

MANDA NUDES

Então um cara conheceu uma moça legal nas redes sociais, ou no Tinder, ou sei lá onde. Começam a conversar, trocam whatsapp, face, snapchat, sei lá o que. Conversam tanto que se tornam íntimos sem mesmo terem sequer trocado um olhar pessoalmente. A conversa começa a esquentar, um dá um sinal que está interessado e o outro é recíproco no interesse. De repente, a sensação de intimidade é tamanha que um dos dois propõe uma coisa bacana: “Sinto atração por você. Manda uma foto de qualquer coisa sua que possa matar a minha curiosidade”.

Quando vê, estão trocando nudes, trocando vídeos ou se masturbando ao mesmo tempo. Mas ainda não se conhecem pessoalmente e talvez nem cheguem a se conhecer, porque existe uma boa possibilidade do “relacionamento” dar errado ainda na forma digital. Será que estamos carentes demais? Solitários demais em meio tantos likes, amigos que sequer conhecemos?

É isso e ponto. Está acontecendo. Estamos digitalizando o sexo, o sagrado, o prazer da entrega e a entrega do prazer. Acaba rápido, passa, escorre pelo ralo. Que coisa estranha. Talvez minha avó adoraria ter esta possibilidade, mas tenho certeza que ela foi muito mais feliz e centrada tendo como único amor o meu avô. Ou talvez meu avô e mais um ou dois.

Resumindo:

Vamos supor que há quatro décadas os novos casais começavam a se formar a partir de uma apresentação de algum conhecido o qual conhecia-se a referência. Os dois ficavam se flertando um bocado de tempo, tipo semanas ou meses apenas para rolar o convite pra sair. E ainda demorava uns dias pra rolar o primeiro beijo, amassos. Demorava para descobrir os gostos, sonhos e estilo. E depois de muito tempo, talvez anos, rolava o sexo.

Os novos casais de internet já conhecem as respectivas partes íntimas e algo mais um do outro, antes mesmo de se olharem nos olhos, de terem o prazer de sentir o cheiro um do outro, de encostar pele na pele etc.  Não há reprovação nisso que é escrito em suas obras, apenas constatação. A avaliação fica a critério de quem vivencia a Modernidade Líquida.

Se é bom ou ruim, cada um é que vai dizer e escolher o que deseja para si.

É mais ou menos isso.

 

 

 

 

 

 

Feliz 2017

Hoje, no mercado, eu gastei uma meia hora para escolher a melhor ração pra Frida. A melhor areinha pra ela fazer xixi e coco. Comprei uma escova de pelos. Coisas pra ela. Depois fiz minhas compras pra casa, sendo que obviamente tinha muito de supérfluo no sentido de que alguns itens poderiam facilmente ser deixados pra trás. Enchi meu carrinho. Daí, quando vou pra fila do caixa, um garoto pediu pra eu pagar pra ele cinco gomos de linguiça toscana da Aurora. Apenas isso. Não dava nem oito reais. Eu sei que não devia, mas senti tanta vergonha dele que não conseguia olhar pra ele enquanto passava as minhas compras misturadas com os cinco gomos de linguiça toscana.

Eu não sei se Deus fala com a gente de várias formas. O fato é que tenho passado por semanas turbulentas em tantos sentidos, às vezes a gente vê dificuldade onde não há. A gente cria complexidade pra tantas coisas, se frustra por projetos não concretizados quando na realidade o menos é sempre mais; menos desejos e mais concretizações. Menos tristezas e mais alegrias. Menos mágoas e mais tranquilidade. Menos coisas e mais afetos. Menos egocentrismo e mais empatia. Eu aqui, exigindo tantas coisas do universo em 2017 e o menino só me pediu 5 gomos de linguiça toscana.

Eu que curto clichês, entrelinhas e metáforas, vou entender como um recado de Deus.

Feliz 2017 pra gente.

 

Eu estava lá

sonhoVocê não percebeu, mas eu estava lá. A cada dia de descoberta, de incerteza, de deixar o novo chegar, eu estava lá. A cada sorriso e alegria, disposição, querendo esconder uma tristeza incômoda, eu estava lá. A cada dia que eu era ouvidos,  querendo saber um pouco mais, tentando tirar um pouco mais da sua história, eu estava lá.

Você não percebeu, mas em cada dose de chatice, de preocupação, de ciúme e insegurança, eu estava lá. Em cada noite longa,  cansada, eu estava lá. Em cada forma de traçar um plano, de me desdobrar para arquitetar o amanhã, um sonho para o futuro, eu estava lá.

Você não percebeu, mas em cada dia que eu deixei alguma coisa por fazer, em cada dia que adiei um sonho esperando que talvez ele pudesse chegar, eu estava lá. Quando eu perguntei, cobrei, cheguei, beijei e pedi um pouco mais de atenção. Eu estava lá.

Eu estava lá, mesmo quando a nossa boca falava coisas que não gostaríamos de escutar. Ofensas, desentendimentos e mágoas. Mesmo quando demonstrado a falta de intenções, de zelo, de perspectiva. Sim, eu estava lá.

Você não percebeu, mas eu estava.

Ana.

Antes que Novembro Acabe

Antes que novembro acabe eu preciso dizer que…carrie

Existe um episódio de The Sex and the City que particularmente gosto muito. Trata-se de um enredo em que a personagem Carrie Bradshaw, interpretada pela atriz Sara Jessica Parker, está um tanto desiludida com relação aos homens que ela encontra pela vida. Daí, ela desabafa para uma de suas amigas que só queria encontrar um cara normal, sem problemas, sem noias e etc.

Em determinado momento da vida ela encontra este cara que tanto gostaria de conhecer e os dois dividem este sentimento de “apenas querer encontrar alguém que fosse normal”. Depois de começar um relacionamento, que estava caminhando muito bem, Carrie dorme a primeira noite no apto dele (que também estava procurando uma mulher que fosse normal).

carrie-bradshaw-kurt-relationships-leandra-medine-man-repeller

Pela manhã, após uma noite deliciosa de amor, ele acorda e dá um beijo nela e diz algo do tipo:

 

“Estou indo jogar futebol e volto daqui a pouco. Continue a dormir.”

Neste instante, Carrie se vê sozinha no apto do seu suposto namorado e pensa:

“Eba! Chegou meu momento de descobrir se este cara é normal  mesmo.”

E começa a mexer nas gavetas dele, abrir todas as caixas e caixinhas, jogar roupas ao ar, fazer o maior fuê na casa do cara para tentar achar algum segredo. (Seria algo como stalkear a vida do cara nos dias de hoje, talvez).

Mas, eis que (adoro isso), ele volta porque esqueceu alguma coisa, e se depara com a cena bizarra de Carrie Bradshaw sentada no chão do quarto rodeada por roupas e coisas por todos os lados. Assustado ele olha pra ela e diz: “Eu pensei que você fosse normal.” E o relacionamento acaba ali, com Carrie desolada por ter descoberto que não, ela não era tão normal quanto ela pensava que fosse.

Somos Todos Normais ?

Somos todos normais, até que se prove o contrário. Achamos que somos sensatos,louca equilibrados e evoluídos até o primeiro surto psicótico acontecer. Pode ser vindo de uma traição, desconfiança, mentira, carência, dependência emocional ou puxada de tapete. Sei lá. Se um dia este “dia de anormalidade” não chegou para você, escreve aí o que eu tô falando: pode ser que ele venha! Daí, vai passar umas dez horas do ocorrido e você vai querer se enfiar num buraco pra nunca mais ter que encarar a realidade. Mas a realidade precisa ser encarada. E vai doer. Vai dar vergonha.

“Ai” de quem não tiver um mínimo de equilíbrio.

Eu comecei contando isso, pra quê? Pra dizer que somos exatamente do jeito que este episódio descreveu, sejamos homens ou mulheres.  Especificamente, nós mulheres temos uns dias no mês que ficamos mais sensíveis, isto é notório. São aqueles dias que o peito incha, as pernas doem, o pé da barriga fica incomodando a gente. Sem que a gente perceba ficamos mais volúveis e a gente faz coisas que nos arrependemos depois, tipo comer uma caixa de chocolate, chorar em público, dar chilique, etc. São aqueles dias que a gente se acha a pessoa mais baranga do mundo mesmo que não sejamos as mais barangas do mundo, vamos combinar.

Antes que novembro acabe e comecemos as falsas buscas incessantes por melhorar nosso interior para um ano novo que vai chegar, eu tenho que dizer que sim, eu surtei algumas vezes este ano. Eu acho que mesmo assim eu sou normal, mas tem dias que eu descubro que não sou tão normal assim. Este ano eu maltratei alguma atendente por pura falta de paciência, eu xinguei gente no trânsito, eu me senti uma profissional mais ou menos, eu fui infantilóide, eu perdi o auto controle e cobrei coisas de quem não devia, eu descontei raiva nas pessoas mais próximas, eu criei um mundo paralelo com minha paranóia. Sim! Eu fiz muito isso.

E antes que novembro acabe, talvez eu deva aceitar que mesmo que eu mude conceitos, modo de enxergar coisas e pessoas, um dia ou outro eu posso me dar ao luxo de parecer anormal sem me sentir culpada por isso.

Mesmo assim, antes que novembro acabe, peço desculpas a todos que já foram vítimas das minhas chatices anormais, mais saboreadas por pessoas próximas a mim, evidentemente. E quero que saibam que esta é minha forma mais normal de demonstrar meu carinho e atenção que vem direto do meu nobre coração!

Um beijo e enjoy!

Feedback da Vida

homework-feedback

Dia desses eu estava num treinamento sobre liderança. Primeiro, quero dizer que acho que ser líder tem muito de nascer líder. Não existe um curso pronto que vai te fazer virar um líder maravilhoso da noite para o dia. Em minha opinião, o líder traz muitas coisas dentro de si que vem meio na essência, caráter, forma de conduzir a vida e as pessoas ao redor e que vai tornando forma com o tempo e experiências, mas mesmo assim é importante e legal a gente se esforçar para ter dentro do coração os conceitos de liderança.

Pois bem, entre uma coisa e outra, um exercício chamou bastante minha atenção: o exercício do “Feedback”.

Apenas para ilustrar:

Nós brasileiros utilizamos tantas expressões de fora porque muitos objetos de estudos nas áreas de marketing, comunicação, administração, etc vêm de outros países. Justamente por isso, fica o termo utilizado e sugerido por suas metodologias.

Termos como “dead line”, “Case”, “Brand”, “braimstorm”, “market share”, “Breafing”,  e por aí vai… Sendo assim, quando alguém fala em “Feedback” no mundo corporativo, esta pessoa está querendo falar, resumidamente, em “retorno”.

Exemplo: “Veja como ficou o texto e me dá um feedback depois.”, ou ainda: “O feedback que aquele cliente deu foi ótimo.”

Voltando ao curso, o que treinamos foi o poder do Feedback. Dar o Feedback e receber o Feedback é de extrema importância para um bom andamento de trabalho para aquele que tem uma equipe, depende dela para bons resultados, queira estimular o pessoal e ter uma máxima satisfação pessoal de cada um.

Concluindo: é de extrema importância que você diga ao outro o que te magoa, incomoda, irrita, atrapalha. Assim como dizer o que você admira e gosta. Vale dizer que saber receber um feedback é tão útil quanto dar o  feedback. Muitas pessoas não chegarão falando as coisas para você, por isso, às vezes perguntar, é de bom tom.

Cautela

Falar de alguém para alguém pode ser desafiador. É preciso cautela e jeito para que o receptor não fique mexido, magoado, furioso ou algo parecido. Por isso, aprendemos neste curso que algumas frases podem ajudar no início de um feedback, como por exemplo essas que seguem:

“Me decepciono com você quando…”, Sinto muito prazer quando…”, Admiro você por…”, “O que me conforta é…”.

Eu particularmente sei o quanto é difícil este tipo de conversa e não me situei bem em utilizar essas aberturas sugeridas, o que pode não acontecer com você.

Gostei mais da sugestão que traz as seguintes palavras: “Tenho algo a dizer, mas temo que possa te magoar. Gostaria de ser compreendido por você, pois a minha intenção é melhorar nosso relacionamento…” e por aí vai!

Este é um exercício que envolve os outros, mas diz muito de você!

feedback

Feedback da Vida

Gente, se eu contar pra vocês que eu escrevi essas linhas acima pensando no que eu escreveria daqui pra frente vocês acreditam em mim? Acho que sim, né? Porque  eu gosto de fazer analogias e firulas.

Logo lembrei da lei do retorno que tanto ouvimos falar na Doutrina Espírita. Eu fiquei pensando em casa após este curso que A Lei do Retorno, a Lei de Ação e Reação, nada mais é que os Feedbacks que a vida dá.

Sem que percebamos, em nosso dia-a-dia estamos deixando uma impressão para a Terra, para as pessoas, para o Universo como um todo. Seja pela forma como tratamos nossos semelhantes, pelo amor ou desamor às coisas e causas. Nossos atropelos, euforias, gafes e pisadas na bola, meio que já mostram como estamos conduzindo a nossa vida e não é difícil imaginar como será o retorno das nossas atitudes. Por vezes elas demoram a aparecer, outras vem tão rápido que não dá nem tempo de pensar.

A vida dá aquele retorno básico com perturbações mentais, de consciência, cobranças demasiadas, frustrações, fadiga, cansaço e daí, tudo começa a ruir. Neste momento precisamos acionar o sinal de alerta, porque se deixarmos a peteca cair vai ser difícil fazer levantar depois. Então, nem pense na hipótese de deixá-la cair.

Muitas vezes é complicado admitirmos algumas coisas, mas podemos fazer uma auto análise profunda de nós mesmos, tipo um feedback particular. Acredito que vá doer um pouco aceitar algumas constatações, derrotas, fracassos e frustrações. A primeira atitude pode ser que seja a fuga justamente para evitar conflitos e sensações ruins. Nós somos assim mesmo. Normal. Mas é importante aceitar e encarar, senão esta auto analise não faz sentido nenhum.

Perguntas como: “O que me frustra?”, “Por que me frusta?”, “qual o motivo?”, “ depende de mim”, “eu posso mudar isso?”, “como posso mudar isso?”, “ Será que eu sou assim com os outros?”, “será que estou correto ou correta?”, começam a moldar o formato de suas decisões.

Então, neste momento, podemos começar a fazer o exercício do Feedback fazer efeito. Vai doer, vai ser conflituoso, mas a mudança precisa começar a aparecer. Dia após dia, hora após hora, pé firme no chão, vigiando cada passo que talvez possa ser o contrário dos seus planos.

Eu não entendo muito bem dessas coisas, mas depois de um tempo é compensador e renovador. Não podemos pensar nas coisas com tristeza ou derrota. Temos que substituir tudo isso por um sentimento de esperança no novo, no desconhecido e assim, a nossa caminhada ficará mais fácil e, pra finalizar, acho que assim poderemos ser líderes da nossa própria existência.

“Eu não tenho provas, mas tenho convicção.” RS

Beijos.